segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Tristeza

A tristeza não é um abismo negro de tortura. A tristeza é amiga. Ela nos faz olhar para dentro de nós mesmos. Tem a mecânica parecida com os fenômenos da natureza que nos fazem contemplar a ponta do nariz, como dizia Machado.

A tristeza dói, mas também pode curar. É preciso tomar a tristeza como um singelo presente, um remédio amargo, mas que se ministrado com paciência e disciplina revigora o corpo, mapeia a alma.

A tristeza deve ser respeitada. É preciso muito pudor para tentar se meter com a tristeza alheia. O que parece masoquismo pode funcionar como um retiro para a meditação. Um pit-stop espiritual. Necessário. Como o Buscopan amargo da minha infância.

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