quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Show de rock ao vivo no cinema: algumas ideias

Enquanto escrevo estas linhas, algumas milhares de pessoas se preparam ansiosas para ir ao cinema. Ou melhor, para ir a um show. Sendo mais claro: para assistir a um show de rock no cinema. Isso porque o Red Hot Chili Peppers faz hoje seu show oficial de lançamento do novo disco “I’m With You”, que será transmitido ao vivo para cinemas de todo o planeta, no Brasil inclusive. Trata-se de uma nova estratégia da indústria da música para seduzir o fã e se adaptar nestes tempos de vazamentos de discos e pirataria.

A transmissão de shows pela internet já nem é tão novidade. O Youtube – pra citar o maior dos sites de compartilhamento – faz isso com frequência, inclusive com artistas brasileiros. Filmes e documentários sobre bandas em cima do palco também são mais que tradicionais – incluindo com parcerias de grife, como o filme de Martin Scorcese sobre os Rolling Stones chamado “Shine a Light”.

O que me intriga nesse modelo proposto pelo Red Hot é que ele pode ser o início de um novo tipo de evento para a música. Pense bem, os fãs esperam desde 2006 por um novo disco da banda e vão assistir à explosão sonora e colorida do funk californiano sentadinhos nas poltronas da sala escura. Imagine quantos não queriam estar de pé, com sua cerveja na mão, pulando e pirando em “Give It Way”?

Acho que esse esquema do lançamento oficial do disco com show transmitido para o mundo todo abre caminho para novas possibilidades. Poderiam formar uma rede de exibição em lugares menores, já com espaço pro pessoal curtir como se fosse um show normal, talvez em baladas.

Os fãs que vão lotar os cinemas brasileiros pagaram 60 reais de ingresso pela experiência, que inclui um saco de pipocas e uma coca-cola, como se fossem assistir ao último filme do Harry Potter. Muitos comentaram que em vez de ir ao cinema pagando um ingresso desses vale mais a pena comprar o DVD. Faz sentido.

Este tipo de ação não precisa se prender ao “formato” tradicional do cinema. É fato que as salas modernas contam com sistema de som e imagem em alta definição, mas esse novo modelo poderia ser melhor explorado se o público pudesse ficar mais à vontade, como se estivesse mesmo no show da banda.

O fato é que todos nós somos as cobaias da era digital, somos a primeira geração a lidar com a internet, essa força estranha e fascinante que cada vez mais vira o mundo do avesso. Músicos, consumidores, imprensa e gravadoras estão tateando meio perdidos, tentando encontrar um caminho. Quem tiver ousadia e souber criar o novo aproveitando o que já dá certo pode ser dar muito bem.

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