sexta-feira, 5 de agosto de 2011

O Rei desce

Nessa semana o Santos anunciou uma das jogadas de marketing mais bizarras da história do futebol: a intenção de inscrever Pelé como atleta para disputar o Mundial de clubes, no fim do ano. A ideia é que inclusive ele entre em campo e jogue por alguns minutos. Toda a ação tem o objetivo de chamar a atenção para o time e despertar a simpatia da torcida japonesa. Feliz da vida, o presidente do clube sonha: "já pensou o Pelé entrando no fim do jogo para bater um pênalti?"

Ok, vamos descer das nuvens.


Um dos maiores tabus do mundo esportivo é a supremacia de Pelé acima de todos os jogadores do presente, passado e futuro. Pelé é o Rei. Ponto.

A euforia do Santos na "Era Neymar" trouxe uma discussão sobre o potencial do garoto de se transformar no "novo Pelé". A revista Veja colocou o menino na capa, ás vésperas da estreia da seleção na copa América, com o rótulo "Reymar". (A capa inclusive é de uma personalidade e qualidade gráfica impecáveis, uma das melhores do ano). Pelé é a meta a ser alcançada e batida, tiraram o Rei de seu pedestal. Querem atirá-lo aos leões, misturá-lo com a plebe aos 70 anos. Pra quê?!

Não vi Pelé jogar, mas herdei a percepção de que ele é insuperável. Pelé é um marginal. Existem todos os outros jogadores e existe Ele. O futebol precisa de seus mitos.

E se Pelé entra para bater seu pênalti e erra? Precisava passar por isso? Não, não pode. Pelé em campo outra vez me atiça a indignação assim como a vontade de exumarem o corpo de Tima Maia. Não pode!

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