sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Minha dívida com Lou Reed


Morreu Lou Reed.

- O que?! Esse filho da puta não pode morrer. Eu nem conheço ele!

Esse foi meu pensamento. Insensível e implacável, a Morte não me deu chance. 71 anos não foram suficientes para que desse tempo de eu entrar em contato com sua obra. Confesso, nunca tinha ouvido nenhuma música de Lou Reed. Não saberia dizer seu estilo soava punk, pop, metal, romântico ou sertanejo.

Poderia repetir o que já li, mas não opinar sobre o que já ouvi, o que é bem diferente.

Reed faz parte da lista de ícones da música que me aguardam ser apresentados. A lista é maior do que gostaria, inclui Patti Smith, Bob Dylan, Bruce Springsteen, Elton John, Frank Zappa, Prince, Stevie Wonder... Para ficar apenas nos artistas solo. Cada um terá sua hora.

Talvez eu esteja mentindo. Já ouvi Lou Reed. Esse cara não me é estranho. A obra do Joy Division está impregnada de Lou Reed, assim como a do Radiohead. Tenho certeza que do The Cure ao Cazuza, todos tiraram um pedaço do veio turrão para se inspirar.

A banda de Lou, o Velvet Underground, faz parte daquela galera que lançou seus primeiros discos nos anos finais da década de 60 e deu uma guinada definitiva na história do rock. Classificaria como os primeiros caras a fazer rock sem um sorriso no rosto. Destaco: o Velvet, The Doors, Black Sabbath, The Stooges.

Como é cafona lamentar a morte de um cara que você não ouve! Admito.

Por outro lado, foi o empurrão definitivo para finalmente ouvir. Minhas primeiras impressões: Velvet Underground tem muito do folk, muito de um rock alternativo que soa muito contemporâneo – mais uma prova do alcance de sua influência. Aliás, mais alternativo do que rock.

Meu pai começou a ouvir Beatles e virou fã a partir da morte de John Lennon. Passou seu gosto para mim. Insensível, a Morte nem percebe que dá nova vida a quem leva embora.


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