sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

Um fim


Ela estava tranquila enquanto caminhava para a morte. A aceitaria com resignação. Estaria livre, finalmente. Livre de toda a dor e finalmente livre das injustiças que sofreu.

Caminhou pelo cadafalso docemente. Ajoelhou-se, mãos amarradas para trás. Deitou o tenro pescoço onde tinha que deitá-lo. Fechou os olhos. Não sentiu o golpe mortal. Sua cabeça se aninhou quase suavemente no cesto a sua frente. Sangue. Estava acabado.

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Macaca “boituvense” participa de filme infantil “Detetives do Prédio Azul 3”


Ela tem quase cinco anos de idade, é esperta, curiosa e não para quieta um minuto. Adora abraços e até dá beijos, mas morre de medo de ovelhas. Essa é Lívia, uma macaca-prego criada por um casal de adestradores de Boituva que está fazendo sua estreia no cinema nacional.

Lívia gravou participação especial no filme infantil “Detetives do Prédio Azul 3”, que chega em dezembro aos cinemas. O filme é o terceiro originado da série de grande sucesso produzida pelo canal fechado Gloob.

“As cenas em que ela participa são de transformação. Alguns personagens são transformados em bichos. No filme, ela atende e desliga o telefone. Ensaiamos em Boituva o que ela iria fazer e as gravações aconteceram no Rio de Janeiro, em agosto”, conta a adestradora Fabíola Hiller.

Fabíola e o marido, o também adestrador Eduardo Hiller, vivem com Lívia e outros animais no Hotel Fazenda Para Cães, instalado numa chácara no bairro Recanto Maravilha. O local conta com galinhas, galos, cabritos e um ganso que também faz uma ponta no filme, o Mimoso.

Tratamento de estrela
Fabíola conta que Lívia roubou as atenções da equipe envolvida nas gravações. Atores, cinegrafistas e técnicos estavam curiosas para ver a pequena estrela em ação.

A parte mais difícil foi contracenar com uma ovelha, bicho que Lívia tem medo. “Eu já tive ovelha e a Lívia não gostava, tinha medo. Na gravação a Lívia teve um pouco de dificuldade quando a ovelha estava junto. Eu comentei isso com a diretora e ela disse ‘vamos gravar separados’. Foi legal porque houve respeito. Eles respeitam as limitações e sabem até onde podem ir”, conta Fabíola.

Lívia e os outros animais tiveram todo o suporte nas gravações. “A gente está lá para minimizar ao máximo o desconforto do animal por estar em um ambiente diferente e sob um certo estresse. Tem ainda uma veterinária que fica o tempo todo para preservar a saúde dos animais. Caso algum passe mal, ela está pronta para dar assistência. Você se sente amparada”, continua a adestradora.


Presença em eventos
Lívia vem do único criadouro legalizado de macacos-prego do Brasil, localizado em Xenxerê, Santa Catarina.

Fabíola conta que ela foi escalada para fazer o filme por ser um animal muito dócil e sociável, que vai com facilidade no colo das pessoas.



Essa sociabilidade torna Lívia a grande atração dos eventos em que participa, pois ela também é contratada para fazer visitas em festas de aniversário e escolas.

Fabíola conta que as crianças são muito curiosas. “Elas ficam surpresas em saber que o macaco não vive só de banana e que ele não faz só ‘uh-uh’, tem várias vocalizações. Elas perguntam ‘tia, o que ela tá falando?’ e eu explico o que quer dizer cada vocalização da Lívia”, diverte-se.

Macaco legal
Apenas duas espécies de pequenos primatas podem ser comercializadas no Brasil, o sagui e o macaco-prego – as únicas autorizadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama).

A adestradora reforça a importância de adquirir o animal pelos meios legais.  “Eles exigem um espaço grande para terem qualidade de vida. Se o macaco for confinado em uma gaiolinha, fica todo atrofiado, cheio de manias; alguns se automutilam e desenvolvem problemas comportamentais sérios”, alerta.

Fabíola conta que são as semelhanças entre o humano e o macaco que tornam esse contato tão especial. “O macaco tem a digital como a gente, a unha é igual à nossa, assim como as orelhas. É um bicho super amoroso e também muito próximo do que é o ser humano”, conclui.

segunda-feira, 2 de setembro de 2019

Artista boituvense lança revista de personagem inspirado no universo dos super-heróis


Atormentado, Cover busca respostas em HQ de José Amorim Neto

Um homem comum é sequestrado, passa por uma sinistra experiência em laboratório e acorda preso em um traje que lhe dá superpoderes. Com uma nova identidade, ele sai numa caçada pelo responsável por seus tormentos. Esta é a história de Cover, personagem criado pelo artista boituvense José Amorim Neto e lançado em quadrinhos de forma independente em julho.

Aos 23 anos, desenhando desde a infância, o jovem quadrinista conta que o personagem foi inspirado em uma série de referências do universo dos super-heróis. “Juntei uma gama de coisas que eu gosto e formei a ideia”, conta Amorim.

Herói ou anti-herói?
Os fãs de HQ vão se lembrar de personagens como Wolverine e Venom. Na trama, conhecemos a história de William Banks, um sujeito sem muito brilho que é raptado por um misterioso cientista e torna-se cobaia de seus experimentos.

Revista tem periodicidade mensal e está à venda pela internet

Ele se vê revestido por um traje que é uma espécie de tecido vivo. O “uniforme” lhe dá força e resistência extras, além de ter uma capa com uma espécie de vida própria. Ela pode aumentar ou diminuir de tamanho e tem a capacidade de desviar balas se o herói for alvo de tiros.

Assim, William Banks torna-se Cover, um super-herói atormentado que quer a todo custo encontrar quem fez isso com ele.

“Ele se vê com o traje e não consegue removê-lo. Foi tudo muito rápido e ele só tem flashes da cena. A história se desenvolve na busca em voltar a ser o que era antes. O Cover é um cara que não quer ser incomodado. Ele tem algumas características de anti-herói, mas não chega a ser totalmente um”, explica o autor. A história se passa na cidade fictícia de Monte Cruz.

Quadrinista José Amorim Neto desenha desde a infância

Cover, que significa “capa” ou “cobertura” em inglês, é uma referência ao traje superpoderoso do herói.

Com periodicidade mensal, a revista do Cover pode ser adquirida via assinatura no site catarse.me/cover ou em edições avulsas no site da editora Fábrica. Cada edição tem 24 páginas coloridas e custa R$ 15,00 com frete incluso.

Graduado em Artes Visuais, José Amorim Neto também é professor. Cover está nas redes sociais, no Instagram (@oficial_cover) e no Facebook (facebook.com/oficialcover)

Cover busca respostas na primeira edição de sua revista

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Donald Trump é uma tragédia.

Donald Trump é uma tragédia.

Sim, isso é o irreal acontecendo.

É o 7 x 1 americano.

Acho que agora os gringos agora entendem porque o futebol é tão importante para nós.

E isso vai além de José Serra apelar para Didi (o jogador, não o Renato Aragão)  para explicar que "jogo é jogo e treino é treino".

A chegada de Donald Trump à Casa Branca... Santo Deus, parece um episódio de South Park. É difícil de acreditar.

E eu acredito que ele não vai completar o mandato. Algo vai acontecer. Ele vai se enforcar com a própria corda. Seja um impeachment, uma renúncia ou algo mais... É como Adriano, o Imperador (outra comparação com o futebol) de velhice não vai morrer.


domingo, 6 de março de 2016

Negócio da China que nada


Meu Coringão levou ferro hoje. Tudo bem que era o time reserva de uma equipe que está tentando encontrar sua cara pra 2016. Sem maior prejuízo. O que queria falar era sobre Ricardo Oliveira, 35 anos, 2 gols na partida. Durante a semana, esteve com um pé e meio fora do Santos, seduzido pela proposta de ganhar 1 milhão de reais por mês de um timeco da China. Eu disse PARA GANHAR 1 MILHÃO DE REAIS POR MÊS. O velhinho estava doido para ir. Como sabemos, o presidente do Santos não deixo pq queria que o clube recebesse uma proposta melhor. Fico pensando como seria o fim de semana chinês de Ricardo Oliveira. Hoje, num domingão de sol, venceu de lavada um clássico no estádio lotado. Aquele segundo gol foi coisa de Messi. Com um toque deixou o zagueiro beijando o chão. Com dois toques deu uma cavadinha. Lindo demais. Na China, o velho Oliveira ia ganhar um milhão pra jogar pra ninguém. Jogando no Brasil, é o 9 da Seleção e manchete em todos os lugares. É ídolo da molecada. O que vale mais?

terça-feira, 1 de março de 2016

Virou meme? Ria junto e fature!


Estou sacudindo a poeira desse espaço para falar de limonada. Ou melhor, em como Glória Pires conseguiu transformar limões cinematográficos em uma caipirinha.

Resumindo o que todo mundo já deve pelo menos ter ouvido falar: Glorinha foi convidada pela Globo para ser comentarista da entrega do Oscar. Nos brindou com um festival de monossílabos. Tudo era "bacana", "adorei" ou "curti". Os pontos altos da noite: "não assisti" e "não sou capaz de opinar sobre isso" - que já entrou para o hall da fama das grandes frases da década ao lado de "hoje é dia de rock, bebê".

Certamente, Glória Pires foi dormir perto do raiar do sol de segunda-feira. Acordou em uma terra estranha, afundada até o pescoço na lama deste pântano povoado por criaturas cruéis que chamamos de internet.

Mas o que fez Glorinha? Gravou um vídeo, logo depois do banho, cabelo ainda molhado, para falar que tudo bem, tinha adorado os memes, tinha assistido os filmes do Oscar sim, mas estava surpresa com a repercussão que o negócio ganhou. Que não se preocupassem, pois estava bem. Aliás, ela adora essa ferramenta que permite que as pessoas comentem e compartilhem sua desgraça. Puta da vida? Tô nada! Olha a minha cara de feliz! Beijos!

Haha. Só que o negócio não parou. Glória Pires e seu show de enrolação no Oscar ainda é o assunto mais comentado das redes sociais. O que fazer? Capitalizar a situação.

Zás!

Nas redes sociais, quando a crise estoura e você vira meme, a melhor saída é: se não pode vencê-lo, junte-se a ele. É o jeito para cicatrizar uma imagem e ainda faturar uma grana.

Foi o que Glorinha fez, lançando uma linha de camisetas com as frases que a consagraram no mundo dos memes. Bacana.

Outros exemplos não faltam. Ed Motta polemizou um tempo atrás reclamando que público brasileiro era muito ralé em shows no exterior. Apareceu logo depois cantando em dinamarquês numa propaganda. Rubens Barrichello assumiu o folclore de sempre atrasado e ser devagar para estrelar uma campanha da Vivo.

Vamos nos lembrar da gafe Glória Pires daqui duas semanas? Já esquecemos até da Fabíola. Fica sussa, Glorinha.

terça-feira, 21 de abril de 2015

Tira o Tiradentes daí!



Hoje é 21 de abril. Em uma terça-feira, a maioria de nós rumina em casa o sabor de um domingo extra no meio da semana.

Feriados são homenagens, brechas no nosso calendário para celebrar algum fato marcante na história do país. Teoricamente, não trabalhamos porque iríamos festejar a glória da Inconfidência Mineira, capitaneada pela figura heroica de Tiradentes. Na prática, estamos colocando o sono em dia.

Algo me intriga na extensa programação brasileira de feriados nacionais. Todos são referentes a acontecimentos mais que centenários em nossa história. À parte os religiosos - Corpus Christi, Sexta-Feira Santa, Dia de Nossa Senhora Aparecida, Natal - e os culturais - Carnaval, Dia do Trabalho -   temos os feriados históricos, reservados para a Independência, Proclamação da República e Tiradentes.

Eu trocaria o feriado de Tiradentes por algum que lembrasse a redemocratização do Brasil. A sociedade que somos hoje começou com a queda do regime militar no meio dos anos 80 e a fundação da Nova República. É estranhíssimo que não tenhamos um feriado para dar a essa fase de nossa história sua devida importância. Poderia ser o 25  de janeiro para marcar a maior manifestação das Diretas Já ou manter o 21 de abril, mas em memória à morte de Tancredo Neves - para os mineiros não ficarem bravos.

Vou deixar essas especulações para amanhã, essa quarta-feira disfarçada de 2ª segunda-feira dessa semana.