sexta-feira, 2 de julho de 2010

A verdade liberta

O Brasil perdeu, e eu não estou triste. Confesso que a derrota da seleção me deu um sentimento libertador. Agora dá pra torcer pros times "periféricos", o que é muito mais emocionante. Nós, brasileiros, somos mal-acostumados com o futebol. Somos muito mimados. Quando um mundial começa, nossa expectativa é levar a taça, as previsões já se voltam para quem vamos pegar nas oitavas, olhamos lá pra frente. Vencer é quase obrigação. Fico pensando qual relação com o futebol têm os países fora do clube Brasil-Argentina-Itália-Alemanha (os quatro que estiveram em todas finais de Copa e que aqui representam os outros grandes europeus, como Inglaterra e França).

A Coreia do Norte perdeu todas, levou de 7 a 0, mas marcou um gol. E em cima do Brasil, na partida em que perdeu de pouco. O cara que fez o gol é o cara! E nessa esteira vem a Eslováquia, que apesar de ter um time ruim e ser eliminada pela Holanda, teve o tesão de vencer a Itália e tirar a atual campeã do mundo da Copa. E a África do Sul? Não conseguiram se classificar, mas poxa vida, ganharam da França! Quem se importa que o time francês nessa Copa tinha 11 cones em campo? Ganhou da França! Os caras são os caras.

E outra coisa, eu curto o Dunga. Ganhou tudo o que disputou antes da Copa e montou uma equipe durante quatro anos. uma equipe que trouxe resultados. Não se curvou a pressões externas e convocou os jogadores de confiança. Eu vejo essa seleção como um time de pangaré, um time de trabalhadores. Sem brilho individual, mas com trabalho coletivo. E que não venham dizer que o Brasil só se classificou em primeiro porque na América do Sul só tem time ruim. Todos os sulamericanos passaram da primeira fase da Copa. Já temos o Uruguai na semi-final, e, até o momento, quem fez mais feio foi o Brasil, que não passou pra próxima etapa. Aproveitando o gancho, vai Paraguai!